sábado, julho 31, 2010

Estrada da vida… Caminho já percorrido.

      Hoje é um dia de calor… Calor intenso. Calor que faz com que qualquer sombra se mantenha na sua escuridão, pois o Sol começa a fazer das suas… E mesmo encostado ao pé de outras sombras, tenho calor, pois o sol que nos trespassa também aquece a nossa escuridão… Mas é que aquece mesmo… Literalmente…

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     Passeio então pelo verdejante campo que, mesmo quente, nos deixa trespassar com sombras, corrente de ar fresco, para pensar, falar, conversar, descobrir novamente mais razões para andar por este mundo.

     Acredito fielmente que não existe uma estrada, um caminho, um sentido para a nossa vida. Só esse tipo de pensamento que temos de dizer que nos encontramos, mesmo no mundo das sombras, por uma razão, com um caminho para para percorrer, mesmo tendo a independência de escolhermos os trilhos que a nossa vida nos vai apresentando, dá-me uma triste imagem de que alguém ou alguma coisa, muito superior a nós está a olhar para o nosso tabuleiro de jogo e a ver como nós, as sombras da sua imagem, a percorrer trilhos e mais trilhos que, pensamos nós, escolhemos “de livre vontade” mas que Ele, lá em cima diz… “Vais-te espetar no meio do caminho… Que cómico!!!”. Ou então… “Olha que vais ter que recuar que esse caminho não tem saída…”

     Não acredito nessa visão de uma “liberdade” completamente condicionada… Não é essa a minha visão de uma vida livre, de uma escolha independente… Pois na nossa vida poderá existir uma estrada… Mas é essa mesma estrada que vai aparecendo a cada passo que damos… Pois a verdadeira estrada fica para trás de nós quando a construímos… Nada mais que isso pois para a frente apenas nos aparece o desconhecido… O papel em branco de uma história que nós vamos escrevendo… Letra a letra, página a página…

Dos momentos perdidos para o encontro mais esperado

Muito andei eu a fazer enquanto poucas palavras escrevia neste meu livro que, página a página, para ser recordado ou lido por quem de mim gosta de ouvir e falar.
Deambulante por caminhos sinuosos, complicados, andei eu até ao momento de felicidade, ansiedade, medo, atrapalhação que me aconteceu em Setembro de 2009. Desde ai que não escrevo muito, pois muito do que tento escrever começa a ser inundado por ainda mais dúvidas, mais angústias, mais medos... A Sombra Irrequieta iria a partir desse momento dar talvez o seu maior passo da sua vida... Pois como os humanos que por vezes recusam o dar, ou não o admitem o dar, a Sombra Irrequieta iria ser ... como posso explicar isto em palavras que uma sombra entenda???? Pai...
Sim... Simplesmente Pai...
Unica e simplesmente Pai... Três letras que algumas sombras não dão qualquer importância, qualquer significado... mas que entraram na minha mente, no meu coração com uma força tal que eu, ao sentir cada Letra e cada peso da sua letra, cada vez mais sentido e mais medo me iria fazer crescer...
Sim... Pai...
Passei Setembro com muita ansiedade... Mas confiante que tudo iria andar bem...
E eis que chega o dia que observo uma outra sombra em movimento, ainda sem conhecer este mundo, cruel dos humanos... no qual nós sombras temos que viver à margem...
Essa pequena sombra que ainda mal conhece o mundo daqui de fora estava a dar sinais da sua presença... Ver o seu coração a bater... Ver as primeiras luzes a formar essa sua sombra... essa sua figura... Pensei que, nesse momento uma sombra não pudesse ter sentimentos... mas tal maravilha não poderia ser apenas vista... Tinha que ser sentida e amada, mesmo sendo por vezes uma simples insignificância...
Chorei desalmadamente... O meu Humano bem que tentava se por de pé, como aqueles (reles) machos que pensa que tem tudo controlado... Mas eu não... Deixei que as minhas lágrimas trespassassem aquela imagem tentando chegar lá bem no fundo daquele ser que iniciava a sua vida, a sua caminhada... Lágrimas que eu queria que lhes dissessem ... "Não te preocupes... o Pai está aqui... Vai tudo correr bem..."
Passou Setembro... Chega Outubro... Corro para o ver outra vez... Agora já maior... Com outras formas... A minha pequena Sombrinha já começava a desenhar uma personalidade, um ser, um coração... Apesar do coração do seu pequeno humano lá bater... essa sua sombrinha já falava pelo seu coração, pela sua cabeça... Nunca mais me vou esquecer dessa segunda imagem... Quase que o ouvi já nesse momento a dizer... "Olá!!! Eu estou aqui!!! Não sei onde, como e quem me pós aqui... Mas Aqui estou eu e Não vou a lado nenhum..."

Nesse dia tentei o ouvir atentamente por estas palavras que senti... E tanto que ele já se expressava... Já lá vai algum tempo... mas ainda hoje sou capas de descrever o cheiro e o som das suas palavras que na minha mente ecoavam...

Foi o melhor Natal que tive até ao momento... Mais ainda com tal "prenda" a caminho...
Chego a Janeiro.... Os dias passavam devagar, pois a minha ansiedade em o querer ver mais uma vez não deixava-me controlado... E foi nesse dia que, mais uma vez o senti e ouvi... Disse-me dessa vez... "Olá... Estou aqui... Não te disse??? Não vou a lado nenhum... E olha que aqui até se está muito bem... Ainda é espaçoso..." Até me ri... Como é que um pequeno espaço confinado, no qual não cabia o meu amor por ele, pois é enorme... poderia ser suficiente???? Ainda hoje é para mim um enigma...

Passa os tempos e chego a Abril... O espaço já não é muito... Mas o Grande Dia Chega...
A Minha Sombrinha quer apresentar-se ao Mundo... E eis que aparece...
Não demorou muito a dar um ar da sua graça... E que graça tem esta minha sombra... Pequena, rechonxuda... enfim... Como todas as sombras... mas mais que isso... a Minha pequena Sombra... algo que eu ajudei a trazer ao mundo...
Algo que no momento que me viu pela primeira vez, de mim ouviu...
"Sou eu... Sou o teu Pai... Não te preocupes que vai tudo correr bem... Estou aqui para tudo o que precisares... Estou aqui para te Educar, tratar... Enfim... Estou aqui para te Amar... Nunca te esqueças... Sou o teu Pai... E irei o ser até o fim dos tempos... Mesmo para lá do Horisonte..."

Pai... Três letras, cada uma delas com tal peso, expressividade, importância... que se torna difícil de definir...
Tem que se sentir... Unicamente