sexta-feira, agosto 02, 2013

A precisar de férias...

     Estou cansado... A precisar de férias. 

     Vejo lá fora as pessoas que passam e, todo o clima, todo o ambiente, sabe a férias, cheira a férias, sente-se férias. Não sei se é por causa de eu andar um pouco ansioso por uns merecidos dias de descanso, em mais um atribulado ano de trabalho, super exigente e desafiante.
     Falando de um trabalho exigente e desafiante até que posso dizer que isso é muito positivo pois torna-nos sombras lutadoras... mas agora lutar todos os dias a todas as horas isso torna-se deveras estafante e mesmo as fortes sombras, começam assim a desvanecer na penumbra, se não arranjam momentos para respirar bem fundo, descansar, descontrair. Não podemos andar todos os dias a 100 à hora, com objectivos diários, dado que não se pode agora, mais que nunca, fazer planos a médio prazo. Esta vida de trabalho está deveras extremamente desafiante e cansativa. Mas cá continuarei.

   

     Sinto falta daquele passeio à beira rio, a sentir o vento a passar na cara. A poder assim a admirar a paisagem que me rodeia, num eterno desafio pela contínua procura do espaço perfeito... Mas entrando numa fase de relaxamento e paz. São esses momentos que eu tenho nos meus passeios de btt... Fantásticos e belos. Também exigentes em termos físicos, mas extremamente relaxantes e pacíficos. Vamos a ver se este fim de semana uma janela de oportunidade de abre para eu poder voltar a um passeio destes...
     Enquanto lá não chego... Ao trabalho que já se faz tarde.

sexta-feira, julho 26, 2013

Frustração de um Filho que é Pai da Geração de 80

Meu Pai e pais de todos os joves da geração de 50/60, responsáveis por nós, jovens inconformados da geração de 80:

Vejo, tanto em ti, como em todos os pais da geração de 50/60 que se encontram agora a “desculpar” algumas más atitudes de nós, filhos da geração de 80. Mas deixa-me também explicar o meu ponto de vista, a minha desilusão, a minha inconformidade, não com a minha situação actual mas com a situação da maioria dos meus companheiros e jovens que nasceram da Geração da Liberdade, a geração de 80.

Tens toda a razão, meu pai e minha mãe que “no vosso tempo” tudo era bastante mais difícil e que vocês, nossos pais, tudo fizeram como puderam para nos ver crescer. Trabalharam arduamente, muitos de vocês dia e noite. Tu, pai, trabalhavas desde a manhã até à noite, a mãe ficava em nossa casa para nos cuidar, e tu, assim continuavas, dia e noite, sabados, domingos e feriados. E cuidaste de nós... Sim cuidaste de nós de um modo que sabemos nós agora, como pais, que não conseguiremos cuidar da mesma maneira. Começa aí a nossa frustração.

Mas de mim e de vários jovens como eu já nos ouvis-te dizer “Mas os tempos agora são outros...” E é verdade que são... Ou ainda não deste conta? No vosso tempo começavam a trabalhar cedo, a começar a descontar para uma Caixa de Previdência que era só para alguns e que de repente se transformou numa Segurança Social, mas que garante agora ao que tu chamas, a tua pensão. Seja com cortes, diminuições, abatimentos... É a tua pensão. Muitos pais como tu nem contrinuiram para essa Caixa de Previdência, mas mesmo a esses não lhes falta (por pequena que seja) uma pensão.
Muitos de vós, pais, durante a década da nossa geração, não sei se a pensar nos seus filhos, pegaram em “subsídios e apoios” que nesse tempo apareceram aos montes para a agricultura e em vez de os investir onde se devia... compraram carros, jipes, melhoraram as casas “para si e para os seus filhos”, esquecendo que, como tu nos ensinas-te, que só do trabalho é que viria o “pão de cada dia”. Agora não temos uma agricultura consistente, um sector primário produtivo, dependendo de outros países para a nossa própia subsistência e agora a vossa geração acha graça “às manias” destes novos Jovens Agricultores que fazem de tudo para defender uma reforma agrária que já deveria ter acontecido no vosso tempo. E depois somos nós os que não compreendemos...

Falas como pais e mães como os teus amigos que descontavam para a ADSE e para o “diabo a sete” e trabalhavam na função pública? Eu falo-te na facilidade que havia no teu tempo em qualquer um entrar para a função pública. Falo-te na facilidade que havia entre todos os da tua geração em poder dizer “Arranja-me um tacho lá na câmara!”, ou na repartição, ou na segurança social, ou na escola ou na creche pública. Poderia não havser muito trabalho no sector privado... Mas arranjava-se sempre alguma coisa na função pública. Pelo menos pais e mães da tua geração sempre tinham emprego. Nunca a Cunha tinha sido tão bem utilizada nesse tempo de início da liberdade como nessa época... Agora, meu pai, nem com Cunha nem nada se entra para esse tipo de empregos. Não há trabalho para ninguém!!! Ou ainda não ouviste? Também é verdade, meu pai, que muitos da tua idade saíram do seu país para tentar a sorte em outros países, seja na Europa ou no resto do mundo. E agora? Já notaste quantos da minha idade já saíram das suas casas para outros países? Países esses que agora nos encerram as portas? Será que os tempos eram assim tão iguais ou estão realmente diferentes?

Ah, é verdade... falas no dinheiro gasto em nós nos estudos. E tens toda a razão.... Cada vez mais olho para os meus amigos e colegas da minha geração e vejo o quanto mal gasto foi esse dinheiro!!! Mas não foram vocês que nos diziam “Estuda, meu filho, para seres alguém e teres emprego”. Verdade seja dita, eu não me posso queixar, meu pai, pois como alguns sortudos como eu conseguiram trabalhar nos “negócios da família”, continuando o trabalho deixado por vocês, pais, para então perdurar pelos filhos. Mas outros como nós, pergunto... Porque estudaram!??? Se antes lhe diziam... “Não podes trabalhar pois não tens um curso superior...”, agora dizem “Não podes trabalhar porque não tens experiência profissional”, pois iríamos ocupar lugares de vocês, pais, que, com todo o direito, nâo se retiram do posto de trabalho, não se aposentam, não se reformam. Mas que também com essa atitude conseguiram fazer com que nós, jovem, tenhamos mais de 47% de desemprego. Achas assim isto incentivador para estudar? Achas incentivador para enriquecer adacemicamente? Mas continuo a falar, meu pai, que felizmente não é a minha situação. Eu estudei até aos 27 em universidade privada para tirar um curso que não consegui entrar com média suficiente na pública, para que esse curso me desse uma “enchada” no negócio de família, para ter, de um modo possível, o futuro meu e dos meus garantido. Daí eu te agradeço esta tua herança e investimento. Só espero que não seja “a fundo perdido”.

E agora, ao ser pai, também penso... Será que valerá a pena estudar para ter um trabalho no futuro? Não sei... Ainda não consegui responder a essa pergunta... Já viste a incertesa que agora nós, filhos temos no nosso mundo, incertesa essa que não existia no vosso tempo, meu pai? Mas felizmente tens a tua reforma, os teus cuidados de saúde, pagos com os teus, parte dos meus e dos impostos de todos que ainda trabalham... Olha que estranho e interessante... “Reforma”... complemento que agora, nós, filhos, só o temos como parcialmente garantido se guardarmos algum através de complementos de reforma privados, e mesmo assim sem qualquer garantia de retorno, pois acreditar que a reforma do teu, meu, nosso serviço de segurança social (aquela da Caixa da Previdência do vosso tempo) e como contar com o “ovo da cloaca das galinhas” (isto para não ser muito drástico nas palavras). Durante muitos anos, meu pai, tinhas um serviço de saúde que pouco pagavas de taxas e deles te servias sempre que necessitavas. Agora ir a um serviço de saúde começa a ser para nós, filho, uma questão de escolha monetária, pois se o valor a pagar é praticamente igual no privedo e no público perguntamo-nos... Afinal para que é que estamos a pagar para pagar ainda mais?... E os incentivos que pais da tua geração receberam em abonos de família (mesmo que tenham sido pequenos)? É que desde que o meu filho nasceu que apenas têm pago ao estado... dele não recebeu nem um cêntimo de apoio. E olha que o teu neto apenas têm 3 anos... E já paga ao estado... Pode ser pouco... mas já paga (nem eu com essa idade pagava ao estado).

Ainda não achas que não temos direito de nos manifestar? É que a situação de agora, completamente diferente dos vossos tempos, não foi feita por nós!!! Porque não falas com os da tua geração que, por diversos factores, enriqueceram à custa do descontrolo das liberdades, através da especulação bancária, da fuga aos impostos!!! E que assim contribuiram para que a nossa geração esteja na penúria, com desemprego elevado, a pedir mais algumas migalhas para viver, pois não foram eles que fizeram parte desta crise!!! Mas que estão a pagar quase com a vida para sair dela.
Pelo menos, meu pai, tens a tua reforma. Eu, em contrário e a nossa geração não sabe se amanhã sequer tem trabalho (as coisas mudam tão rapidamente) e assim não sabemos que tipo de futuro teremos para nós e para os nossos filhos, teus netos... Mas cá nos havemos de aguentar, mesmo com a certesa que do estado nada teremos de ajuda.

Desculpa se como filho te estou a chatear com a nossa manifestação e medo do futuro, por ver tanto dinheiro a ser tão mal gasto em certas coisas que a tua geração não quer deixar de ter ou que olha sempre para o seu bolso, com o dinheiro dos outros. Mas estou a ver como lutar pelo meu futuro, pela tua reforma e pelo futuro dos teus netos... Mas descansa... que pelo menos tens uma pensão... pode ser pequena, mas a tens...

P.S.: Não se trata de uma carta com sentido crítico directo, mas sim de uma análise à carta publicada por Susana Toscano, na Quarta República. Felizmente tenho pais que lutaram para nos dar o que eu tenho agora e os quais me orgulho muito. E tenho uma profissão, um trabalho, um sustento para mim epara os meus, tirado à custa de muito trabalho e sacrifício dos meus pais... Mas nem todos os jovens tiveram a sorte que eu tive.

Hugo Filipe Gaio Loureiro

Marcas na Areia... Tranquilidade do Mar

     Já não escrevo há algum tempo neste lugar de pensamentos, emoções, preocupações, angústias, resoluções mentais. Já há perto de dois anos que as minhas palavras não fazem parte do percurso desta sombra que ainda deambula neste mundo cada vez mais complicado.
     Não é que tenha sido pelo facto de não ter algo para contar... Apenas não tenho tido o devido tempo, ou então quando o tenho, as palavras não fluem como deveriam fluir.

     Mas, no instante que a vida me permitiu, mais rápido que a sombra passa pelo lugar do sol, foi possível a saída, o débito de palavras, talvez ainda sem muito sentido, mas com conteúdo.
   

     O Mar sempre foi um ótimo conselheiro, (irra, que o Google não aceita, tal como eu, o novo acordo ortográfico e diz-me que ótimo está mal escrito, e que deveria escrever óptimo... Nestes casos mais vale dizer que escrevo sem olhar ao novo acordo ortográfico)... mas voltemos ao que eu iniciei...
     O Mar sempre foi um óptimo conselheiro. O seu caminhar pela fina areia, de um modo calmo ou de um modo mais turbulento faz-nos pensar que a vida também é assim. Por vezes deixamos marcas na "areia" do nosso caminho que, sendo boas ou más, o Mar se encarrega de as eliminar, apesar de não as fazer esquecer. O facto de Ele ajudar-nos a dissipar as marcas da nossa grande viagem, faz-nos ajudar em muito a compreender como é importante o Tempo, para apagar as marcas duras que a vida nos deu, com as escolhas que fomos com ela fazendo. E daqui se retira uma conclusão deveras importante. Só marcamos a nossa estrada se nela realmente caminharmos... Isto é... Só nos podemos arrepender das escolhas da nossa vida, se realmente escolhermos, pois não podemos apagar as marcas de algo que nunca fizemos. Vivemos por vezes com esses arrependimentos de não as fazer durante toda a vida (as marcas da mente não possuem um mar que as permita dissipar), do que aprendemos com aquelas que marcamos "na areia do nosso caminho", as quais o Mar nos ajuda, se necessário, a dissipar... 

sexta-feira, março 18, 2011

Relatividade do tempo e espaço

Muitos meses já passaram desde o último texto que aqui escrevi… Uma sombra, com a sua prole a crescer, começa a ficar cada vez mais ocupada… quase sem tempo para nada, mas nos seus momentos de maior recolha, na escuridão do seu mundo, decide de novo retraír-se nos seus pensamentos e os partilhar, conforme fluem, conforme crescem no turbilhão da sua negra mente.

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A Natureza é em nós uma força energética em que não encontramos o Caos mas sim o equilíbrio. E olha que tenho andado a pensar mesmo na força que é esta Natureza, a partir dos últimos acontecimentos mundiais. Realmente o mundo das sombras é insignificante quando comparado com o que nos rodeia. Somos pequenos bagos de arroz que coexistimos neste leito de rio que, sendo maior que tudo o que nos alcança, nos altera as condições de vida de um momento para o outro… A relatividade do Temo e do Espaço é em si um dos mais importantes conceitos que podemos retirar destes acontecimentos. Somos pequenos e insignificantes… E temos que ter consciência desse simples mas importante facto.

terça-feira, novembro 16, 2010

A Petição do Amor

Nas minhas deambulações pelo mundo que nos circunda, sempre em mudança, sempre em mutação, na sua azáfama diária, chegou-me um texto às minhas mãos que eu decidi partilhar com todos... Pois todos temos que mudar para conseguirmos um mundo melhor para as nossas sombras...

A Petição do Amor...

Petição - À transparência e livre circulação do Amor!




Alguns homens cegaram, obstruindo em seus corações a mais poderosa fonte de energia, inibindo o estado de consciência dinâmico - o Amor consciente.

Se assim persistirem, os vindouros continuarão num mundo inflexivel, material e mecanicista, movido a dor...

Tal não lhes deixará referências, valores humanistas construtivos sob o signo do Espirito e do Amor, nem tão pouco a lembrança de quem realmente são e a visibilidade do propósito que perseguem.

Os prejudicados serão o TODO!

A transparência do Amor é um direito em todos os sectores de actividade - politica, económica, religiosa e social. Na interacção é direito essencial. É um bem intrínseco, imprescindivel, consequente e frutífero nas Familias e na Sociedade Civil. Na sua promolgação, é um dever pela vivência prática, fisica e subtil de cada um. Sob o seu magistério, belissimas obras manifestas nas mais variadas expressões criativas e artisticas do Homem e do Planeta Terra, são testemunho e presença.

A confiança no Amor será gravemente afectada, caso persista a inércia e a lassidão de quem se acomoda sem O dinamizar nos seus atributos.

Apesar dos protestos de várias Identidades representativas dos consumidores desta preciosa essência, nenhum responsável politico, deu, até hoje, qualquer explicação ou solução para a escassez e ocultação da mesma.

Neste sentido, Os Soldados do Amor perante as circunstâncias,analisam e peticionam à cegueira, determinando:

A livre circulação do Amor, a sua livre emanação, assim como a sua livre passagem, de um portador para outro, sem quaisquer encargos ou entraves dogmaticos, ideológicos, materiais, burocraticos, legais e afins.

Junte-se a este movimento. Seja um destes Soldados. Assine seu nome no seu coração. Esta assinatura, será devidamente validada por SUA consciência.
Ah... que cada um acrescente o que sentir...
Beijos!

(Autor anónimo)

"É tudo, por agora..."

sábado, julho 31, 2010

Estrada da vida… Caminho já percorrido.

      Hoje é um dia de calor… Calor intenso. Calor que faz com que qualquer sombra se mantenha na sua escuridão, pois o Sol começa a fazer das suas… E mesmo encostado ao pé de outras sombras, tenho calor, pois o sol que nos trespassa também aquece a nossa escuridão… Mas é que aquece mesmo… Literalmente…

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     Passeio então pelo verdejante campo que, mesmo quente, nos deixa trespassar com sombras, corrente de ar fresco, para pensar, falar, conversar, descobrir novamente mais razões para andar por este mundo.

     Acredito fielmente que não existe uma estrada, um caminho, um sentido para a nossa vida. Só esse tipo de pensamento que temos de dizer que nos encontramos, mesmo no mundo das sombras, por uma razão, com um caminho para para percorrer, mesmo tendo a independência de escolhermos os trilhos que a nossa vida nos vai apresentando, dá-me uma triste imagem de que alguém ou alguma coisa, muito superior a nós está a olhar para o nosso tabuleiro de jogo e a ver como nós, as sombras da sua imagem, a percorrer trilhos e mais trilhos que, pensamos nós, escolhemos “de livre vontade” mas que Ele, lá em cima diz… “Vais-te espetar no meio do caminho… Que cómico!!!”. Ou então… “Olha que vais ter que recuar que esse caminho não tem saída…”

     Não acredito nessa visão de uma “liberdade” completamente condicionada… Não é essa a minha visão de uma vida livre, de uma escolha independente… Pois na nossa vida poderá existir uma estrada… Mas é essa mesma estrada que vai aparecendo a cada passo que damos… Pois a verdadeira estrada fica para trás de nós quando a construímos… Nada mais que isso pois para a frente apenas nos aparece o desconhecido… O papel em branco de uma história que nós vamos escrevendo… Letra a letra, página a página…

Dos momentos perdidos para o encontro mais esperado

Muito andei eu a fazer enquanto poucas palavras escrevia neste meu livro que, página a página, para ser recordado ou lido por quem de mim gosta de ouvir e falar.
Deambulante por caminhos sinuosos, complicados, andei eu até ao momento de felicidade, ansiedade, medo, atrapalhação que me aconteceu em Setembro de 2009. Desde ai que não escrevo muito, pois muito do que tento escrever começa a ser inundado por ainda mais dúvidas, mais angústias, mais medos... A Sombra Irrequieta iria a partir desse momento dar talvez o seu maior passo da sua vida... Pois como os humanos que por vezes recusam o dar, ou não o admitem o dar, a Sombra Irrequieta iria ser ... como posso explicar isto em palavras que uma sombra entenda???? Pai...
Sim... Simplesmente Pai...
Unica e simplesmente Pai... Três letras que algumas sombras não dão qualquer importância, qualquer significado... mas que entraram na minha mente, no meu coração com uma força tal que eu, ao sentir cada Letra e cada peso da sua letra, cada vez mais sentido e mais medo me iria fazer crescer...
Sim... Pai...
Passei Setembro com muita ansiedade... Mas confiante que tudo iria andar bem...
E eis que chega o dia que observo uma outra sombra em movimento, ainda sem conhecer este mundo, cruel dos humanos... no qual nós sombras temos que viver à margem...
Essa pequena sombra que ainda mal conhece o mundo daqui de fora estava a dar sinais da sua presença... Ver o seu coração a bater... Ver as primeiras luzes a formar essa sua sombra... essa sua figura... Pensei que, nesse momento uma sombra não pudesse ter sentimentos... mas tal maravilha não poderia ser apenas vista... Tinha que ser sentida e amada, mesmo sendo por vezes uma simples insignificância...
Chorei desalmadamente... O meu Humano bem que tentava se por de pé, como aqueles (reles) machos que pensa que tem tudo controlado... Mas eu não... Deixei que as minhas lágrimas trespassassem aquela imagem tentando chegar lá bem no fundo daquele ser que iniciava a sua vida, a sua caminhada... Lágrimas que eu queria que lhes dissessem ... "Não te preocupes... o Pai está aqui... Vai tudo correr bem..."
Passou Setembro... Chega Outubro... Corro para o ver outra vez... Agora já maior... Com outras formas... A minha pequena Sombrinha já começava a desenhar uma personalidade, um ser, um coração... Apesar do coração do seu pequeno humano lá bater... essa sua sombrinha já falava pelo seu coração, pela sua cabeça... Nunca mais me vou esquecer dessa segunda imagem... Quase que o ouvi já nesse momento a dizer... "Olá!!! Eu estou aqui!!! Não sei onde, como e quem me pós aqui... Mas Aqui estou eu e Não vou a lado nenhum..."

Nesse dia tentei o ouvir atentamente por estas palavras que senti... E tanto que ele já se expressava... Já lá vai algum tempo... mas ainda hoje sou capas de descrever o cheiro e o som das suas palavras que na minha mente ecoavam...

Foi o melhor Natal que tive até ao momento... Mais ainda com tal "prenda" a caminho...
Chego a Janeiro.... Os dias passavam devagar, pois a minha ansiedade em o querer ver mais uma vez não deixava-me controlado... E foi nesse dia que, mais uma vez o senti e ouvi... Disse-me dessa vez... "Olá... Estou aqui... Não te disse??? Não vou a lado nenhum... E olha que aqui até se está muito bem... Ainda é espaçoso..." Até me ri... Como é que um pequeno espaço confinado, no qual não cabia o meu amor por ele, pois é enorme... poderia ser suficiente???? Ainda hoje é para mim um enigma...

Passa os tempos e chego a Abril... O espaço já não é muito... Mas o Grande Dia Chega...
A Minha Sombrinha quer apresentar-se ao Mundo... E eis que aparece...
Não demorou muito a dar um ar da sua graça... E que graça tem esta minha sombra... Pequena, rechonxuda... enfim... Como todas as sombras... mas mais que isso... a Minha pequena Sombra... algo que eu ajudei a trazer ao mundo...
Algo que no momento que me viu pela primeira vez, de mim ouviu...
"Sou eu... Sou o teu Pai... Não te preocupes que vai tudo correr bem... Estou aqui para tudo o que precisares... Estou aqui para te Educar, tratar... Enfim... Estou aqui para te Amar... Nunca te esqueças... Sou o teu Pai... E irei o ser até o fim dos tempos... Mesmo para lá do Horisonte..."

Pai... Três letras, cada uma delas com tal peso, expressividade, importância... que se torna difícil de definir...
Tem que se sentir... Unicamente

quinta-feira, junho 25, 2009

Sociedade de Informação - cada vez mais sozinha...

O contacto com as pessoas que nos envolvem é cada vez mais feito de um modo especialmente estranho para nós, seres humanos.
Cada vez mais temos um contacto com dedos, visão e tecnologia, deixando o toque, o sabor, o cheiro para um segundo plano, por vezes com a indicação de falta de tempo para estarmos juntos, para nos socializarmos... Temos que por vezes que nos socializarmos através da Internet, em Comunidades de Socialização apenas porque torna-se difícil nos encontrarmos num café, numa esplanada, num almoço ou num jantar, apenas porque não temos tempo.
Apesar de tal situação ser cada vez mais verdadeira e mais real, nos deparamos cada vez mais que poderá ser exacerbadamente estranha ou mesmo estúpida, apesar de tal adjectivo ser demasiado forte (ou talvez não). Pois poderemos não ter o tempo necessário para nos "socializarmos" mas encontramo-nos sempre no MSN, ou no Facebook ou atravéz de um simples e-mail... deixando o contacto físico, emotivo e social cada vez mais virado para bites de informação, quilómetros de fibra óptica, velocidades estonteantes de acesso à informação, na aldeia global que é a Internet...
Poderemos assim nos socializar... mas não estaremos assim mais sozinhos?